Agripina, a Jovem, última descendente de Júlio César
Júlia Agripa Augusta, chamada Agripina, a Jovem, foi a quarta filha de Germânico e de Agripina e a única dos seus seis irmãos que sobreviveu até ao reinado de Cláudio. O casamento com o seu tio permitiu-lhe colocar no trono o seu filho Nero, eliminado dos planos dinásticos por Calígula.
Quando Cláudio foi nomeado imperador no ano 41, nenhum dos irmãos de Agripina era vivo. Nero Júlio César, o mais velho, morreu exilado na ilha de Ponza, juntamente com a sua mãe; Druso Júlio César, o segundo, foi acusado de conspirar contra Tibério e acabou os seus dias na prisão do palácio imperial; Calígula, o terceiro, foi assassinado na conspiração comandada por Cássio Quereia; Júlia Lívila pereceu na ilha para a qual fora exilada por adultério com Séneca, e Júlia Drusila, a irmã mais velha, morreu de repente aos 22 anos. Agripina era, portanto, o último elo sobrevivente dos Júlios e, consciente do poder que o seu sangue lhe conferia, lutou pelo seu direito a ocupar o trono.
A sua ambição foi satisfeita quando o seu tio, o imperador Cláudio, com quem contraíra matrimónio no ano 48, adotou o seu filho Nero, fruto do seu casamento forçado aos 14 anos de idade com o detestável Cneu Domício Enobarbo. A autoridade materna depressa se tornou insuportável para Nero, que planeou o seu assassínio no ano 59.